O uso político-ideológico-gerencial das inovações tecnológicas conduz à formação dos mais variados instrumentos de dominação do trabalho no interior das empresas. Os programas de gestão, implementados com o claro objetivo de envolvimento do trabalhador na perspectiva da competitividade e da lucratividade, procuram estabelecer padrões gerenciais de qualidade total fundados na integração empresa-trabalhador. Longe de propiciar liberdade ao trabalhador estas tecnologias intensificaram a vigilância, a disciplina e o controle. As relações de trabalho são, então, redesenhadas em um novo quadro de disciplina hierárquica e vigilância eletrônica como elementos fundamentais do controle social do trabalho. As tecnologias disponíveis possibilitam a ampliação da vigilância em todos os campos da vida social. Tanto no emprego quanto no marketing e na segurança, as práticas recorrentes visibilizam os mecanismos, cada vez mais presentes, de controle social através do uso intensivo de tecnologias, sejam elas de informação ou da comunicação. O capitalismo contemporâneo, redefiniu as formas de vigilância tendo em vista o enorme aparato tecnológico disponível para estabelecer o controle eletrônico. A vida cotidiana, o trabalho, o lazer, se encontram cada vez mais imersos nos sistemas de vigilância preconizados por empresas, governos e instituições, como o modo mais seguro e eficiente de prevenção contra toda sorte de acontecimentos indesejáveis. §§§ Livro em formato digital (Edição Kindle).